segunda-feira, 4 de abril de 2022

Os Indesejados Um Projeto de Cidadania do Ano Letivo 2020- 2021

Um compromisso de cidadania para não se deixar ninguém de fora


Este projeto nasceu nas aulas de Cidadania e Desenvolvimento do 10.º LH e 12.º anos e prolongou-se paras as aulas de Português, História A, Sociologia, Filosofia e ainda para uma turma de uma escola do 1.º ciclo do Agrupamento, mais conhecida como a Escola dos Caranguejais, com os alunos do 4.º A da professora Carla Vairinhos.




Envolveu reflexão e debate, leitura e visionamento de filmes, uma conferência com convidados ilustres, Anna Paula Ormeche da Comissão Nacional da UNESCO, Isabel Capeloa-Gil, Irene Pimentel e José Caselas; outra realizada pelos alunos, Gonçalo Jorge, Filipe Santos, Marta Gomes e Catarina Silva do ex-12.º LH; ainda uma entrevista à escritora Julieta Monginho a propósito do seu livro Um Muro No Meio do Caminho.

Apresentam-se aqui os trabalhos dos alunos de 10.º ano que trataram diretamente do tema do Holocausto e dos Campos de Concentração e da sua relação com os Campos de Refugiados com os postais e cartazes; dos alunos de 12.º ano que leram e escreveram textos sobre livros de testemunhos dos Campos de Concentração e de Refugiados e viram filmes e analisaram depoimentos de refugiados, redigindo reportagens - sendo uma delas a vencedora do Jornal Público na categoria de reportagem e que integrou o suplemento especial do nosso Mar da Palha; os dois trabalhos da turma do 4.º ano e que foi dinamizado pelos alunos do 12.º ano e professora Carla Vairinhos com o 4.º A do 1.º ciclo, Anne Frank Revisitada e Olhar Analógico.


A todos os alunos e professores que participaram neste vasto trabalho e na dinamização de atividades o Centro UNESCO deixa a sua gratidão, na pessoa de Luís Maia, Isabel Ferreira, Conceição Costa, Carla Vairinhos. Neles estão a ciência (o conhecimento), a arte (a habilidade para mostrar o que sabem, pensam e realizam) e o engenho (intervir e discutir muito para além da escola, envolvendo a sociedade civil e a Academia).

O que realizaram tem valor e promove valores!

Centro UNESCO
Cidadania e Desenvolvimento

terça-feira, 8 de março de 2022

Comemoração do Dia Internacional da Mulher 2022 - Divulgação da mensagem da Diretora-Geral da UNESCO

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

8 DE MARÇO DE 2022

“A igualdade de género para o amanhã começa hoje. Porém, neste momento a paridade ainda está muito longe de ser uma realidade. Mesmo antes da pandemia, estimava-se que seria necessário um século para fechar o fosso de géneros/entre géneros. Temos de inverter esta situação.

Temos ainda um longo caminho a percorrer. A nível global, as mulheres ganham apenas 77% do que os homens. Segundo as estimativas da UNESCO, apenas uma de cada três investigadores é mulher. As mulheres são proprietárias de menos de 20% de todas as terras, e representam cerca de 80% das pessoas deslocadas devido às alterações climáticas.

No entanto, um novo dia está a amanhecer. As mulheres de hoje estão a liderar movimentos globais de mudança. Estão a abordar questões mundiais como a justiça climática, a liberdade de imprensa e o acesso ao progresso científico e não estão a pedir autorização: estão a ocupar os seus lugares à mesa.

Este ano, no Dia Internacional da Mulher, gostaria de aplaudir esta nova geração de jovens mulheres, pela sua coragem em falar, inspirar os outros e mobilizar os seu pares, para um amanhã mais sustentável.”

Audrey Azoulay Diretora-Geral da UNESCO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto


Esta data criada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, designada de “Holocaust remembrance” é comemorada, anualmente, a 27 de janeiro. 

A comemoração assinala o aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz – Birkenau, no ano de 1945 com o propósito de manter viva a memória das vítimas do holocausto.


Ler a Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, por ocasião desta data em 

Ver mais na mensagem do secretário geral da ONU em https://news.un.org/pt/story/2022/01/1777692

O Agrupamento, à semelhança de outros anos, assinala esta data, envolvendo os alunos na realização de trabalhos cujo tema deste ano é «Memória, Dignidade e Justiça». 
No sentido de preservar esta memória será efetuada uma exposição, no átrio da ESEN, a partir de 7 de fevereiro.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Artigo de uma professora de inglês da EB D. António da Costa


Nesta publicação internacional encontramos um artigo muito interessante da professora Cristina Oliveira, professora do nosso Agrupamento, sobre um trabalho pedagógico inovador que, tendo recorrido às novas tecnologias, permitiu que os alunos refletissem sobre um dos maiores problemas humanitários do nosso tempo. O problema humanitário dos refugiados. 


O trabalho foi desenvolvido na disciplina de Inglês sobre uma temática comum com a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, e alguns dos produtos criados pelos alunos foram integrados num projeto mais vasto sobre o mesmo problema e que foi desenvolvido pela turma do 12.º LH do ano letivo de 2020-21.





Parabéns ao trabalho desenvolvido pela professora e pelos seus alunos do 9.º ano.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Ciência - Arte - Cidadania



No dia 24 de novembro, dia da ESEN, os alunos que no ano letivo 2020-2021 realizaram trabalhos em vídeo para apresentação de conhecimentos na área da Biologia e Geologia recebem um certificado UNESCO e um reconhecimento do PNC. 


A escola e os alunos recebem esse reconhecimento pelas convidadas Anna Paula Ormeche da UNESCO e Elsa Mendes do Plano Nacional de Cinema. 

O simbolismo, deste ato e desta cerimónia, prende-se com a necessidade de reconhecer as atividades diferenciadoras de avaliação e de uma avaliação por competências. 

Depois desse momento, serão entregues os certificados de reconhecimento de Cidadania e Desenvolvimento aos alunos que desenvolveram um trabalho que foi destacado e respeitou as condições descritas no Regulamento interno para a atribuição deste mérito. 




O Centro UNESCO e a Coordenadora do Plano Nacional de Cinema da Escola agradecem aos professores e alunos o empenho na construção do conhecimento e na dinamização de ações com verdadeiro sentido cívico e democrático.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Comemoração do Dia Mundial da Filosofia na ESEN

 Dia Mundial da Filosofia - O respeito pela verdade e o combate da mentira



Este ano a Diretora Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, considerou que a Filosofia desempenha um papel insubstituível em tempos que designou serem de “crise” e de “incerteza”. Com efeito, a situação anómala em termos de vida comunitária que nos tem afetado desde 2020, tem provocado sobressaltos e ruturas nos nossos modos de vida habitual e todos sentimos e experimentamos a dúvida como um estado mais permanente e inquietante. Sobretudo porque a dúvida não se torna passageira, mas é um estado que vai, sem respostas para as perguntas que ficam abertas, corroendo a esperança e a crença no futuro.


Vários são os aspetos que perturbam a nossa vida. Não há liberdade, não há convivialidade, não há troca presencial de palavras, ideias e afetos. Também não há diferença entre espaço de trabalho e espaço de intimidade, não há paisagem, porque tudo é ecrã. E, ao ecrã têm-nos chegado notícias que parecem parodiar as proposições científicas mais apuradas e testadas pelo pensamento crítico da comunidade científica. Ao ecrã, com muita facilidade e velocidade, chegam as mais inusitadas afirmações que põem em causa quase tudo sobre Física, Biologia, Medicina, e, em geral, sobre o corpo do conhecimento científico. Mas também chegam notícias sobre política e outros factos sociais que desnorteiam, porque a verdade e os procedimentos mentais e experimentais que asseguram a sua defesa, estão a ser postos à prova por uma máquina de mentiras que perturba a ordem natural do conhecimento e das razões cívicas com que fomos construindo modos de vida e experiências sociais. Esta máquina veicula com demasiada velocidade insensatez, a ideia de que vivemos num planeta plano, em que os níveis de suspeita devem ser elevados, porque até os vírus se fabricam para gerar guerras sem armamento.

Preocupados com este nível de insensatez e com a perda dos critérios valorativos que podem e têm norteado a busca pela verdade no mundo ocidental, fazendo valer esses valores que nos parecem poder combater e fortalecer o pensamento dos que vivem estes tempos de crise e incerteza, o Departamento de Filosofia elegeu as Fake News como tema da análise e das atividades a desenvolver com os alunos. Afinal, como permanecer indiferente aos ataques ao conhecimento e à democracia que esta máquina de mentiras tem desencadeado?

A primeira proposta que foi lançada aos alunos foi escolherem notícias dos mais variados meios e órgãos informativos e, a partir de três critérios, analisarem-nas quanto à proximidade, ao rigor e à transparência. O intuito era o de dotar o pensamento de critérios de avaliação e de combate relativamente ao falso, ensinar aos alunos que a Filosofia tem recursos críticos eficazes para validar e distinguir o falso do verdadeiro e que esses recursos são úteis e preciosos para a procura da verdade. No fundo, pretendeu-se treinar os alunos para o exercício crítico em relação a um domínio dominante, passe a redundância, da comunicação e dos seus diversos meios nas suas vidas.

A segunda proposta consistia em parodiar uma fake ou uma tese descontextualizada, mas em moda nos meios de comunicação em rede, nas chamadas redes sociais. Com essa paródia visava-se provocar reação e quebrar o adormecimento crítico ou o encolher de ombros com que deixamos que informações e teses absurdas inundem a vida de milhares de pessoas impreparadas para a validação crítica que vem sendo substituída pelo número de visualizações ou de comentários.

Os alunos, como sempre, responderam com afinco e empenho a estas propostas que os professores lançaram. Essa resposta reforça em nós a convicção de que a Filosofia é um corpo conceptual e crítico indispensável para combater hoje, como há quase vinte e seis séculos, a tomada de poder pelos bárbaros ou pela ignorância que se apropria da linguagem humana como o vírus dos nossos corpos.

Assim, a par da visibilidade de todos os trabalhos produzidos pelos alunos, esperamos ter deixado no domínio invisível do pensamento de cada um, um aparato crítico que os faça derrubar o falso e desbravar o campo aberto para um horizonte de esperança que só se consegue pelo respeito pela ciência e pelos valores democráticos.

Departamento de Filosofia

18 de novembro de 2021

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Dia Mundial da Filosofia 2021


 Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO por ocasião do

Dia Mundial da Filosofia
3ª quinta-feira do mês de novembro
18 de novembro

No passado dia 17 de setembro, no âmbito da Noite da Filosofia, a UNESCO abriu as portas da sua sede a todos os noctívagos do pensamento que, desde o anoitecer até ao amanhecer, cultivaram o ideal da «busca da sabedoria» que é a essência da filosofia. 
Nas palavras do filósofo francês Edwige Chirouter, responsável pela Cátedra UNESCO de Filosofia com crianças da Universidade de Nantes, que interveio a meio da noite na sede da nossa Organização, a vocação da filosofia é «dar substância ao que Hannah Arendt chamou de “oásis de pensamento”, ou seja, a criação de momentos e espaços, longe da agitação do mundo onde os participantes podem distanciar-se para juntos, refletirem com serenidade.» 
É por esta razão que a filosofia é tão necessária e tão útil em tempos de crise e incerteza.
Desde os primeiros dias, a pandemia de COVD-19 tem sido uma questão de linguagem: como designar o agente patogénico? como descrever a situação? como dar sentido às medidas de emergência?

No entanto, estas palavras, por vezes, não conseguem compreender a complexidade do mundo e as suas transformações. Parafraseando o grande filósofo Ibn Khaldun: “sem a transmissão do pensamento, a linguagem é apenas uma terra estéril”.

Para contrariar este facto, a UNESCO trabalha diariamente para que a filosofia, como linguagem universal do pensamento, permita compreender todas as repercussões da crise e vislumbrar um horizonte comum para a humanidade.

É efetivamente necessário abrir novas perspetivas que iluminem tanto a reflexão como a ação pública, em todas as regiões do mundo. A Filosofia e, de uma forma mais ampla, as humanidades podem e devem ajudar-nos neste sentido.

Aproveitemos então a oportunidade deste Dia Mundial da Filosofia para dar um passo atrás e, através da prática filosófica, recuarmos o necessário face ao turbilhão de acontecimentos, para podermos pensar na reconstrução de um mundo mais justo e digno.

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Dia Internacional da Tolerância 2021


Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO 

Na sua Carta Aberta à Juventude, Amadou Hampâté Bâ apelava a humanidade a trabalhar, por todos os meios, em prol de uma compreensão mútua, para que “as nossas diferenças, ao invés de nos separarem uns dos outros, se tornem fonte de complementaridade e enriquecimento mútuo".
 
Ao longo dos últimos 75 anos, a nossa Organização tem levado a cabo esta ambição mobilizando os bens comuns da humanidade que são a educação, a ciência, a cultura e a informação, para forjar e consolidar a paz na mente dos homens e das mulheres. 
Este Dia Internacional é uma oportunidade para recordar a atualidade do nosso compromisso comum em defender e promover a tolerância e a compreensão mútua. 
Quase dois anos após o início da pandemia de COVID-19, as fraturas que dividem e desfiguram as nossas sociedades não deixaram de nos separar, nem de exacerbar as desconfianças. Torna-se assim necessário reafirmar os valores fundadores da nossa humanidade, que defendemos na teoria e na prática. 
Este é, em particular, o sentido do trabalho que estamos a desenvolver para fazer da educação o lugar onde os estudantes, cidadãos do mundo de amanhã, aprendam o respeito pelo outro, o diálogo e a empatia, e lutem contra o ódio e a intolerância, tanto nos seus fundamentos como nas suas manifestações. 
Esta mobilização deve estender-se muito para além da sala de aula e envolver todas as esferas das nossas sociedades. A nossa Organização trabalha diariamente para defender e promover a diversidade cultural e linguística, a diversidade de conhecimentos, em particular os conhecimentos indígenas, para que, através do diálogo e do intercâmbio, todas estas perspetivas e visões do mundo possam abrir novos horizontes para a humanidade. 
Como estipula a Declaração de Princípios sobre a Tolerância, assinada a 16 de novembro de 1995 pelos Estados-Membros da UNESCO, "a tolerância é a harmonia na diferença". 
Neste Dia Internacional, a UNESCO gostaria de apelar a todos e a cada um para que celebrem a diversidade e o direito irredutível à diferença, que é o fundamento da riqueza das nossas sociedades e a âncora da paz na mente dos homens e das mulheres.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Exposição Rostos Portugueses na ONU

Estes trabalhos foram desenvolvidos no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, no ano letivo 2021-22. 

O trabalho, levado a cabo pelos alunos de Artes, debruçou-se sobre os rostos portugueses na ONU que contribuíram para a paz. Esta foi a forma original como, a partir de um convite lançado pela DGE, os alunos refletiram sobre um dos referenciais da disciplina. 

Parabéns aos alunos do 12.º AV e aos professores Nelson Coruche e Amélia Pires que coordenaram a atividade. 

Pela sua qualidade os trabalhos, com autorização dos alunos, são agora património da Biblioteca Escolar  da ESEN.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola, incluindo o Cyberbullying


Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO,

por ocasião do

Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola, incluindo o Cyberbullying

4 de novembro de 2021


Em novembro de 2019, os Estados Membro da UNESCO decidiram, por unanimidade, proclamar a primeira quinta-feira do mês de novembro como Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola, incluindo o Cyberbullying. Assim, nesta quinta-feira, 4 de novembro de 2021, celebramos a segunda edição deste dia tão importante, subordinado ao tema "Lutar contra o Cyberbullying e outras formas de violência online que afetam as crianças e os jovens".

Com efeito, as crianças e os jovens passam cada vez mais tempo online, e a pandemia de COVID-19 exacerbou esta tendência. Em alguns países, o tempo que as crianças passam em frente ao ecrã duplicou, entre maio de 2019 e maio de 2020. Embora o acesso à Internet ofereça oportunidades de interação social e de aprendizagem, também expõe as crianças e os jovens ao risco de violência online. Em todo o mundo, 84% dos pais dizem estar preocupados com a segurança dos seus filhos online.

Apesar dos dados mundiais serem limitados, as evidências demonstram que o cyberbullying e outras formas de violência psicológica online dispararam durante a pandemia. Na Europa, 44% das crianças que foram vítimas de cyberbullying antes da COVID-19 afirmaram que esta situação se tinha intensificado durante o confinamento.

A violência online tem repercussões negativas no rendimento escolar e na saúde mental dos alunos. Em França, os estudantes afetados pelo cyberbullying têm três vezes mais probabilidades de faltar às aulas. Além disso, as vítimas de cyberbullying e de outras formas de violência são, em geral, também alvo de violência física.

Embora esta violência não se limite aos estabelecimentos de ensino, o sistema educativo tem um papel crucial a desempenhar ao ensinar os alunos a navegar em segurança no espaço digital.

A educação formal deve proporcionar às crianças e aos jovens determinados conhecimentos e competências: como comporta-se online com civismo, desenvolver mecanismos de defesa, identificar e denunciar a violência online e, mais importante ainda, como se proteger a si próprio e aos outros das diferentes formas de cyberbullying, quer sejam perpetradas por colegas ou por adultos.

Este Dia é um apelo, não só a todos os membros da comunidade educativa - alunos, pais e professores, mas também às autoridades educativas e setores como a indústria tecnológica, para contribuirmos para a promoção do civismo digital e a prevenção da violência online, garantindo assim a segurança e o bem-estar das crianças e jovens de todo o mundo.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

"Os Indesejados" - Olhar analógico

O projeto «Os Indesejados» desafiou a turma do 4.º A da EB1/JI da Cova da Piedade a comparar excertos do diário gráfico de Helga Weiss com fotografias de campos de refugiados da atualidade.

O resultado das atividades desenvolvidas pode ser consultado em

https://projetosindesejados.files.wordpress.com/2021/10/olhar-analogico.pdf

"Os Indesejados" - Anne Frank Revisitada

O projeto «Os Indesejados» desafiou a turma do 4.º A da EB n.º 3 da Cova da Piedade para ler excertos do Diário de Anne Frank com o objetivo de proporcionar reflexões sobre a obra.


O resultado das atividades desenvolvidas pode ser consultado em

 https://projetosindesejados.files.wordpress.com/2021/10/anne-frank-revisitada.pdf

Projeto "Os Indesejados"

Apresentação e divulgação dos trabalhos dos alunos relativos ao Projeto "Os Indesejados" desenvolvido no ano letivo 2020-2021. 

O trabalho partiu da sugestão e do problema: Os Campos de Concentração e os de Refugiados: que semelhanças e que diferenças? Os alunos leram obras literárias de referência, trabalharam notícias nos órgãos informativos, entrevistaram escritores e organizaram conferências que se encontram divulgadas nestas páginas: https://www.cfeco.pt/index.php/destaques/o-holocausto-licoes-de-um-passado-nao-tao-distante

As produções dos alunos revelam uma extrema qualidade e são o resultado do trabalho de articulação vertical entre alunos de duas turmas dos 4.º ano - 4.º ano A dos Caranguejais da professora Carla Vairinhos (Anne Frank - revisitada) e 4.º A da Cova da Piedade 3, Ana Paula Roseiro (O Olhar analógico) - e a turma do 12.º LH da ESEN da professora Isabel Santiago.

O projeto de natureza interdisciplinar envolveu as disciplinas de Português, Sociologia, História A e Cidadania e Desenvolvimento. Trata-se de um dos exemplos do que foi realizado e que atingiu um nível considerável de qualidade. 

Por fim dois dos momentos da reportagem realizada pela TV de Almada no Dia da Diversidade Cultural.


 
Saiba mais em  https://projetosindesejados.wordpress.com/

Dia Internacional da Paz 2021


 Mensagem de Audrey Azoulay,
Diretora-Geral da UNESCO, por ocasião do

Dia Internacional da Paz

21 de setembro de 2021


"A paz na terra é da responsabilidade de todos, é uma responsabilidade universal.”



Neste Dia Internacional da Paz, estas palavras de Otomi Tolteca, membro da comunidade indígena Otomi do México, recordam-nos o nosso dever de solidariedade para com os nossos semelhantes: construir e defender a paz é uma missão universal, uma obra coletiva, que se leva a cabo diariamente e que nos diz respeito a todas e a todos.

Ser responsável pela paz significa agir, a nível pessoal, para superar as lacunas e as injustiças que continuam a impedir-nos de alcançar um mundo de igualdade, pois um planeta corroído pela divisão é um planeta que não conhece a paz.

A construção da paz a longo prazo, através do diálogo e do compromisso, é precisamente a ambição fundadora das Nações Unidas, expressa no final de uma guerra mundial terrivelmente destruidora.

Na UNESCO, é nossa convicção que esta missão deve, desde logo e necessariamente, implicar um trabalho no âmbito da educação, da cultura e das ciências, tendo em conta que, como expresso no preâmbulo do nosso Ato Constitutivo, "nascendo as guerras no espírito dos homens é no espírito dos homens que devem ser erguidos os baluartes da paz”.

Todos os dias, através dos seus programas e ações no terreno, a UNESCO reafirma o empenho dos seus fundadores em assegurar que a paz seja mais do que o silêncio das armas, que seja uma convicção do coração e da mente, uma capacidade de vivermos juntos, respeitando as diferenças uns dos outros.

É este compromisso para com a paz na diversidade que abraçamos com determinação ao longo desta Década para a Aproximação das Culturas (2013-2022), e que esteve no cerne da primeira edição do nosso Fórum Mundial contra o Racismo e a Discriminação em março de 2021.

No entanto, este caminho para a paz universal será longo, pois a paz requer um esforço diário, um futuro que deve ser constantemente moldado. "A paz não é uma palavra, é antes um comportamento" gostava de afirmar Félix Houphouët-Boigny, primeiro Presidente da República independente da Costa do Marfim, cujo legado celebramos através da atribuição do Prémio Félix Houphouët-Boigny-UNESCO para a Paz.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Dia Internacional de Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto 2021


Para comemorar e nunca esquecer a data que se celebra a 27 de janeiro divulgamos a mensagem da Diretora-Geral da UNESCO.

 

Mais informações 




Mensagem de Audrey Azoulay


Há setenta e seis anos, a 27 de janeiro, o exército soviético entrou em Auschwitz-Birkenau, e o mundo viu-se confrontado com aquilo que não queria ver.

Os soldados soviéticos encontraram cerca de sete mil prisioneiros emaciados, muitos dos quais pereceram nos dias seguintes. Viram os corpos dos prisioneiros mais doentes e debilitados, executados depois de os nazis terem forçado a maioria dos prisioneiros ainda vivos a participar numa "marcha da morte" em direção a oeste. Também descobriram vestígios do sistema impiedoso que os nazis puseram em prática, e dos esforços para o encobrir: ficheiros destruídos, fotografias danificadas e as câmaras de gás restantes

Auschwitz-Birkenau foi o centro de extermínio mais mortífero e o maior campo de concentração estabelecido pela Alemanha nazi durante o Holocausto. Foi aí que mais de 1,1 milhões de judeus e dezenas de milhares de ciganos, polacos, prisioneiros de guerra soviéticos e outras populações perseguidas perderam a vida.

Hoje em dia, à medida que vozes odiosas continuam a levantar-se para negar ou distorcer a realidade implacável destes factos, temos a responsabilidade universal de recordar todas e cada uma das pessoas que os nazis procuraram eliminar da face da terra. Devemos recordar as comunidades e culturas que foram destruídas; devemos cuidar dos locais históricos; devemos proteger e salvaguardar contra as tentativas de propagação das ideias que levaram ao genocídio do povo judeu e outros crimes nazis, e que ameaçam os direitos humanos de todos nós.

O Dia Internacional de Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto é um momento de luto por aqueles que desapareceram e de reflexão sobre as escolhas dos indivíduos e governos que permitiram que este genocídio acontecesse. É também um apelo à vigilância e à ação, para combater as causas profundas do ódio e evitar que sejam cometidas mais atrocidades no futuro.

A forma como recordamos e interpretamos o passado irá moldar o nosso futuro. A este respeito, a UNESCO está fortemente empenhada em sensibilizar para as causas e consequências do Holocausto, bem como em prevenir o antissemitismo na sua roupagem contemporânea. Só assim conseguiremos reforçar a resiliência de todos os povos face aos preconceitos e defender os princípios universais de justiça, diálogo e solidariedade que estão na base do mandato da Organização.

Este aniversário recorda-nos uma vez mais como o Holocausto abalou para sempre os alicerces da nossa humanidade comum. Apelo a todos os Estados Membros e organizações da sociedade civil a redobrarem os seus esforços para promover a educação, documentação e investigação sobre estes acontecimentos sem precedentes, que continuam a ser um flagelo para a consciência do mundo.

domingo, 24 de janeiro de 2021

Dia Internacional da Educação 2021

 
 Por ocasião desta importante data, celebrada hoje,  24 de janeiro, divulgamos a Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO

Para mais informação

Celebramos este terceiro Dia Internacional da Educação num contexto excecional: o da maior perturbação da história na vida dos estudantes, dos docentes e de toda a comunidade educativa.

No momento em que a pandemia volta a acelerar, metade dos estudantes do mundo continuam a enfrentar interrupções na sua escolaridade.

No pico da pandemia, as escolas chegaram inclusive a estar encerradas para 91% dos educandos, ou seja, 1,5 mil milhões de alunos e estudantes.

Todos puderam assim verificar que a educação era um bem público global; que a escola era mais do que um lugar de aprendizagem, era também um lugar de bem-estar, proteção, nutrição e emancipação.

Para muitos, foi necessário organizar uma educação sem escola, através da Internet, da rádio, da televisão e do correio postal. Mas devido à falta de conetividade, demasiados estudantes - 470 milhões - foram deixados à margem, aumentando assim as desigualdades.

Atualmente, a situação continua a ser preocupante: 24 milhões de estudantes, incluindo milhões de raparigas para quem a escola proporciona um porto seguro, podem nunca mais regressar a uma sala de aula, para além dos 258 milhões de crianças e adolescentes em situação de abandono escolar antes da crise.

Voltar a abrir as escolas, e mantê-las abertas, deve ser a prioridade. Mas esta reabertura também deve ser feita preservando plenamente a saúde dos docentes, dos estudantes e das suas famílias. É por este motivo que a UNESCO desenvolveu guias práticos com indicações claras neste sentido.

Esta é a razão pela qual a UNESCO, juntamente com a Education International, apelou aos governos e à comunidade internacional para considerarem os docentes e o pessoal educativo como um grupo prioritário nos planos de vacinação.

Ao mesmo tempo, temos de continuar a desenvolver o ensino à distância: porque a pandemia ainda está entre nós, porque temos de enfrentar as próximas crises, e porque também é uma boa maneira de melhorar as práticas pedagógicas e as formas de aprendizagem.

É neste sentido que trabalha a Coligação Global para a Educação, lançada pela UNESCO. Esta reúne mais de 160 parceiros e está ativa em 70 países para assegurar a continuidade das aprendizagens e a reabertura das escolas.

Por exemplo, na República Democrática do Congo, foram desenvolvidos programas educativos para chegar a 4 milhões de estudantes através da rádio. Foi igualmente lançada a plataforma ImaginEcole, para oferecer recursos a mais de 6 milhões de estudantes em África, tanto online como offline.

Neste contexto sem precedentes, a UNESCO apela aos Estados para que deem um novo impulso à ação em prol da educação.

Por ocasião da Reunião Mundial sobre Educação, organizada pela UNESCO em outubro último, mais de 70 chefes de Estado e de Governo e Ministros assumiram compromissos históricos: reabrir as escolas, melhorar a formação dos professores, reforçar as competências dos estudantes, reduzir a fratura digital, e financiar melhor a educação.

A educação precisa de ser melhor financiada, mas também precisa de ser repensada.

Os últimos meses salientaram novos desafios: a educação científica e sanitária, claro; mas também a literacia mediática e informativa, e literacia digital; ou ainda a educação ambiental e a cidadania global, para respeitar o planeta tal como nos respeitamos uns aos outros.

Neste mundo de profundas mudanças, a UNESCO está a repensar a educação através da sua iniciativa sobre o Futuro da Educação. Convidamos todas as pessoas a juntarem-se a esta reflexão global que envolve já quase um milhão de estudantes, docentes e encarregados de educação.

Neste Dia Internacional, a UNESCO convida-o a promover a educação como um direito fundamental e como o instrumento mais poderoso para o desenvolvimento. Pois defender o futuro deste direito é defender o direito ao futuro.



segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Dia Mundial do Professor 2020

 Por ocasião do Dia Mundial do Professor que se celebra no dia 5 de outubro divulga-se a 

Mensagem conjunta de
 Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO,
Guy Ryder, Diretor-Geral da Organização Internacional do Trabalho,
Henrietta H. Fore, Diretora Executiva da UNICEF
David Edwards, Secretário-Geral da Internacional da Educação


"Professores: Liderar em tempos de crise, reinventar o futuro "

Todos os anos, o Dia Mundial do Professor recorda-nos o papel crucial dos professores ao serviço de uma educação inclusiva e de qualidade para todos.

Este ano, o Dia Mundial do Professor reveste-se de maior importância tendo em conta os desafios que estes tiveram que enfrentar durante a crise da COVID-19.  A pandemia veio evidenciar o seu contributo crucial para assegurar a continuidade da aprendizagem e apoiar a saúde mental e o bem-estar dos seus alunos.

Devido à COVID-19, quase 1,6 mil milhões de estudantes - mais de 90% do total da população estudantil mundial - foram afetadas pelo encerramento de escolas. A crise da COVID-19 afetou também mais de 63 milhões de docentes, revelando as fraquezas persistentes de muitos sistemas educativos e exacerbando as desigualdades, com consequências devastadoras para os mais marginalizados.

Durante esta crise, os professores demonstraram, uma vez mais, grandes qualidades de liderança e de inovação, garantindo que #OEnsinoNuncaPara (#LearningNeverStops) e zelando para que nenhum aluno fosse deixado para trás. Em todo o mundo, têm trabalhado a nível individual e coletivo para encontrar soluções e criar novos ambientes de aprendizagem para os seus alunos, de modo a garantir a continuidade da educação. O seu papel de aconselhamento sobre os planos de reabertura dos estabelecimentos escolares e o apoio que prestam aos alunos no âmbito do regresso à escola é igualmente importante.

Precisamos agora de pensar para além da COVID-19 e trabalhar para construir uma maior resiliência nos nossos sistemas educativos, de modo a podermos responder rápida e eficazmente a estas e outras crises semelhantes. Para tal, temos que proteger o financiamento da educação, investir numa formação inicial de qualidade para os professores, bem como prosseguir o desenvolvimento profissional do pessoal docente existente. 

Sem a adoção de medidas urgentes e um maior investimento, a crise da aprendizagem poderia transformar-se numa catástrofe educativa. Já antes da COVID-19, mais de metade de todas as crianças de dez anos de idade vivendo em países de baixo ou médio rendimento não eram capazes de compreender uma simples história escrita.

Para reforçarmos a sua resiliência em tempos de crise, todos os professores deverão adquirir as competências digitais e pedagógicas necessários para ensinar à distância, online, e através de abordagens de aprendizagem mista ou híbrida, qualquer que seja o nível de tecnologia disponível. Os governos deveriam garantir infraestruturas e uma conetividade digitais em todo o seu território, incluindo em zonas rurais e remotas.

No contexto da COVID-19, os governos, os parceiros sociais e outros atores-chave têm uma responsabilidade ainda maior para com os professores. Exortamos os governos a proteger a segurança, a saúde e o bem-estar dos professores, a preservar o seu emprego, a continuar a melhorar as suas condições de trabalho, e a envolve-los, assim como às organizações que os representam, na abordagem educativa adotada para responder à pandemia de COVID-19 e ultrapassá-la.

Hoje, celebramos coletivamente os professores pelo seu compromisso constante com os seus alunos e por contribuírem para a realização, até 2030, das metas do Objetivo 4 de Desenvolvimento Sustentável. Homenageamos os educadores pelo papel central que desempenharam, e continuam a desempenhar, na resposta a esta pandemia e na recuperação da mesma.

Chegou o momento de reconhecermos o papel dos professores que contribuem para garantir que uma geração de estudantes possa alcançar o seu pleno potencial, assim como a importância da educação para estimular, a curto prazo, o crescimento económico e a coesão social, durante e após a COVID-19.

Chegou o momento de reinventarmos a educação e de concretizarmos a nossa visão de igualdade de acesso a uma aprendizagem de qualidade para todas as crianças e jovens.


segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Comemoração do Dia Internacional da Paz 2020

 Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO por ocasião do 

Dia Internacional da Paz que se celebra a 21 de setembro

"A paz na terra é da responsabilidade de todos, é uma responsabilidade universal.”

Neste Dia Internacional da Paz, as palavras de Otomi Tolteca, índio do povo Otomi do México, recordam-nos o nosso dever de solidariedade para com os nossos semelhantes: construir e defender a paz é uma missão universal, uma obra coletiva, que se edifica diariamente e nos diz respeito a todas e a todos.

Ser responsável pela paz significa agir, a nível pessoal, para superar as falhas e as injustiças que ainda nos impedem de alcançar um mundo de igualdade. Porque um planeta fraturado é um planeta que não conhece a paz.

Há 75 anos, ao sair de uma guerra terrível, o mundo dotou-se de um instrumento para construir uma paz duradoura, através do diálogo e do compromisso: as Nações Unidas.

Na UNESCO, estamos convictos de que esta missão deve, desde logo e principalmente, passar por um trabalho nos domínios da educação, da cultura e das ciências, pois, como refere o nosso Ato Constitutivo “nascendo as guerras no espírito dos homens, é no espírito dos homens que devem ser erguidos os baluartes da paz.

Todos os dias, através dos seus programas e ações no terreno, a UNESCO reafirma o compromisso assumido pelos seus fundadores de fazer com que a paz seja mais do que o silencio das armas, de fazer com que a paz seja uma convicção do coração e do espírito. É este compromisso que honramos com determinação durante esta Década Internacional para a Aproximação das Culturas (2013-2022).

No entanto, este caminho para a paz universal será longo, porque é uma obra que se edifica diariamente, porque é um processo de transformação permanente. "A Paz não é uma palavra, é antes um comportamento", como gostava de dizer Félix Houphouët-Boigny, primeiro Presidente da República independente da Costa do Marfim, e cujo legado celebramos através da atribuição do Prémio Félix Houphouët-Boigny-UNESCO para a Paz.

Mais do que nunca, a solidariedade e a cooperação são essenciais para construir sociedades de paz e combater a discriminação, nomeadamente contra as populações mais vulneráveis.

Neste Dia Internacional, a nossa Organização gostaria de apelar a todos e a cada um para que se empenhem no diálogo e reflitam juntos sobre o futuro, respeitando a diversidade de opiniões e perspetivas. É nosso desafio comum alcançar uma paz duradoura à escala mundial.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Comemoração do Dia Mundial do Ambiente - Divulgação da mensagem da Diretora-Geral da UNESCO


Mensagem de Audrey Azoulay
por ocasião do

Dia Mundial do Ambiente

subordinado ao tema 

«Biodiversidade»




Todos os anos, entre o final de maio e o princípio de junho, a UNESCO celebra três dias internacionais importantes que representam uma oportunidade para refletirmos juntos sobre os três pilares sistémicos das alterações climáticas: a biodiversidade, o ambiente e os oceanos.
O dia 5 de junho é uma oportunidade para celebrarmos o ambiente, para nos lembrarmos que é um todo, um sistema complexo em que interagem o clima, os oceanos, a diversidade dos seres vivos e dos meios envolventes, por vezes de uma forma que vai além da nossa capacidade de antecipação.
Este ano, no momento em que uma pandemia sem precedentes atinge o mundo, estes dias ressoam com uma urgência ainda mais tangível do que antes.
Em menos de um ano, a crise ambiental revelou-se de uma forma espetacular e preocupante. Enquanto os enormes incêndios que devastaram as florestas tropicais húmidas, como se de savanas áridas se tratasse, revelaram o desequilíbrio climático, a pandemia da COVID-19 lança uma luz crua sobre a crise que afeta a biodiversidade.
Na verdade, esta pandemia foi uma oportunidade para observar o que os cientistas de todo o mundo têm vindo a dizer há anos: a interdependência entre a humanidade e a biodiversidade é tão forte que a sua vulnerabilidade é a nossa fragilidade.
Esta crise sanitária é um aviso que temos de ouvir coletivamente: chegou o momento de repensarmos completamente a nossa relação com os seres vivos, com os ecossistemas naturais e com a sua diversidade biológica.
A construção conjunta de um novo pacto com os seres vivos e com o mundo é uma tarefa imensa, que exigirá um amplo consenso, tanto técnico como ético.
A UNESCO é um dos locais onde este consenso pode ser alcançado. De facto, a UNESCO tem de oferecer uma vocação e uma capacidade de aproximação, de diálogo, que tem estado no âmago da sua missão desde a sua criação. A refundação da nossa relação com os seres vivos só pode ser conseguida coletivamente, através do diálogo e do intercâmbio. Enquanto agência intelectual e normativa, "a consciência das Nações Unidas ", como lhe chamou um dos seus ilustres fundadores, Léon Blum, a UNESCO é, sem dúvida, um dos locais onde esta conversa mundial pode ter lugar.
A nossa Organização tem também de oferecer a sua experiência: através do seu Programa O Homem e a Biosfera, a UNESCO pode, de facto, apoiar-se em redes e sítios que testemunham o facto de já ser possível viver em harmonia, em conjunto com a natureza, em ecossistemas regenerados e preservados para que possam ser transmitidos às gerações futuras.
Por último, a UNESCO pode trazer para o primeiro plano as suas competências especializadas, nomeadamente no domínio da educação, já que a educação ambiental é decisiva para esta refundação. Estar mais atento, mais sensível, mais recetivo ao mundo vivo e à sua extraordinária riqueza, ser capaz de admiração e humildade, compreender a sua responsabilidade e perceber o que pode ser feito na prática - tudo isto pode ser aprendido.

Neste Dia Mundial do Ambiente, que este ano celebra a biodiversidade, recordemos que é "nas nossas mãos que está agora não só o nosso próprio futuro, mas o de todos os outros seres vivos com quem partilhamos a terra", como escreve o jornalista David Attenborough, que dedicou parte da sua vida a dar voz à beleza e diversidade da vida.

Mais informações em

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Dia Internacional da Diversidade Biológica - Divulgação da mensagem da Diretora-Geral da UNESCO


Mais informações em: https://fr.unesco.org/commemorations/biodiversityday




Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO, por ocasião do 
Dia Internacional da Diversidade Biológica,  que se celebra hoje.
22 de maio
Todos os anos, entre o final de maio e o princípio de junho, a UNESCO celebra três dias internacionais importantes que representam uma oportunidade para refletirmos juntos sobre os três pilares sistémicos das alterações climáticas: a biodiversidade, o ambiente e os oceanos.
Este ano, no momento em que uma pandemia sem precedentes está a afetar o mundo desde há várias semanas, estes dias permitem-nos recordar, uma vez mais, que só com uma abordagem transversal e ambiciosa é possível construir um futuro mais sustentável do ponto de vista ecológico.
Destes três pilares, a questão da biodiversidade talvez tenha sido a mais mencionada nas últimas semanas de confinamento generalizado. O recolhimento na esfera privada e a deserção da maioria dos espaços públicos esbateram temporariamente a divisão do espaço entre o ser humano e as outras espécies.
Temos observado animais inusitados a vaguear pela cidade e, em áreas naturais inteiras, temos visto algumas espécies ressurgir dos seus esconderijos, para nidificar e se perpetuarem.
Emergindo das margens invisíveis a que habitualmente a condenamos, a natureza parecia ter recuperado o seu território durante algum tempo. Dando-nos a ver, num tempo limitado, o que normalmente temos dificuldade em perceber, este parêntese confinado recordou-nos, por contraste, o que o Relatório Mundial da Plataforma Intergovernamental de Política Científica sobre Biodiversidade e Ecossistemas (IPBES), publicado há um ano na UNESCO, já referia: o mundo dos seres vivos está a desaparecer, deixando lugar à proliferação das doenças infeciosas.
Este desaparecimento é uma ameaça direta para nós: o tecido vivo que é a biodiversidade não nos é estranho; dele dependem a nossa alimentação, a nossa saúde e o nosso bem-estar.
Assim, esta pandemia deve obrigar-nos a pensar dentro deste tecido de interdependência e a mobilizar ainda mais para nos afastarmos da trajetória destrutiva em que nos encontramos.
As soluções existem. A UNESCO está a identificá-las, a analisá-las e, sobretudo, a divulgá-las: no dia 22 de maio, terá lugar a uma reunião on-line para difundir todo o conhecimento, todo o know-how que está a ser desenvolvido nos quatro cantos do mundo, no âmbito da Rede Mundial de Reservas da Biosfera, dos sítios Património Mundial, da Rede Mundial da UNESCO e nas comunidades indígenas que têm tanto para nos ensinar sobre outro tipo de relação com a vida.
Neste Dia Internacional da Diversidade Biológica, façamos votos para que esta crise sanitária dê um impulso decisivo no sentido da proteção da biodiversidade e façamos nosso este aforismo de Édouard Glissant, "age localmente, pensa com o mundo".